Só existiu um cristão: ele morreu na cruz...
Introdução
O tipo psicológico do Salvador.
“O que Nietzsche visa em primeiro lugar ou, para usar seus próprios temos, o que lhe interessa antes de tudo é o tipo psicológico do Salvador [...] O que importa primeiramente indagar é se ainda é possível representar o tipo de salvador, ou seja, se o conjunto de características que constituem a sua personalidade típica é ou não é ‘transmitida pela tradição”.
O Jesus de Nietzsche x o Jesus do Cristianismo.
“Para Nietzsche, existe uma distinção bem acentuada entre o Jesus histórico de Nietzsche e o Jesus crucificado; Este significa apenas um símbolo religioso do cristianismo apoiado na tradição filosófica de Sócrates e Platão, alem de representar apenas uma imagem hedionda capaz de nos repassar uma ideia extremamente apelativa, coercitiva, moralista e opressora. Já o Jesus histórico era considerado um espírito livre, ou seja, um tipo capaz de ensinar uma prática religiosa pautada em sentimentos afirmativos e, ao mesmo tempo, reveladora de um rumo repleto do mais puro valor de amor ao próximo, tolerâncias, compreensão, principalmente, destituída de qualquer valor de ressentimentos.”
Em linhas gerais, é fácil percebermos alguns traços característicos naquele que tem a pretensão ao heroísmo, ou seja, dotado de uma força poderosa para que possa superar seus diversos opositores, inimigos, rivais, mediante o emprego de forças físicas ou ações estratégicas. Entretanto, segundo os ensinamentos Nietzsche, não seria possível imaginar uma figura de Jesus como sendo um verdadeiro herói por razoes obvia s e, principalmente, por tal possibilidade ir ao encontro aquilo que Jesus estabeleceu em sua pratica evangélica.
Podemos assim dizer que uma característica fundamental de Jesus foi sua incapacidade de resistência, ou seja, uma prática ‘não reativa’ aos seus opositores, transformando-a em uma moral de não resistência ao mal e ao mesmo tempo numa chave para a beatitude na paz,