Síntese - O Corpo Abandonado
O corpo abandonado, aponta a síndrome mais frequente dos dias atuais, a cisão entre o corpo e a alma como forma de se proteger da dor. Vivemos numa cultura que valoriza o conhecimento teórico em detrimento do sentimento, o poder em detrimento do amor, a ação em detrimento da emoção e a mente em detrimento do corpo. As emoções têm um registro corporal, é o corpo que se arrepia de medo e treme de raiva. A criança descobre logo como prender a respiração, e amortecer o corpo para evitar o medo ou uma ansiedade muito forte, logo, a emoção reprimida, por meio do autocontrole, se transforma em angústia e em medo de perder este controle, como uma bomba que não explodiu. Sem a consciência do corpo e das emoções, a pessoa se torna um espírito desencarnado e um corpo desalmado, supérflua. O corpo com seus sentidos, é sacrificado e submetido ao controle da mente. A força irracional é capaz de mover o corpo com facilidade, ela é uma fonte de prazer e está em contato com a vitalidade do corpo, a racionalidade interrompe este contato e ajuda a distanciar os pensamentos dos sentimentos. A estrutura esquizoide desenvolve uma forte racionalidade para encarar os conflitos vividos, ele nega para não ser julgado por medo de ser rejeitado. O indivíduo não consegue descrever os seus sentimentos e relacioná-los com uma causa imediata, por isso a causa do sofrimento pode ser conhecida mas podem não apresentar nenhuma relação. A pessoa psicótica não está em contato com o seu corpo, fazendo com que os sentimentos e as sensações não tenham surgido de si própria e age como se estivesse possuído por algo estanho. Quando se perde a posse de si mesma, a pessoa perde o controle sobre o ego, sobre as forças instintivas do corpo. No indivíduo psicótico a falta de autoridade faz com que ele não reconheça o que está acontecendo e o faz ficar aterrorizado, fazendo-o surtar mas logo em seguida se recompõe. O esquizofrênico não entra em contato com os seus