Síntese reflexiva do artigo "assistência ao parto"
SÍNTESE REFLEXIVA DO ARTIGO “ASSISTÊNCIA AO PARTO: DO DOMICÍLIO AO HOSPITAL.” (MOTT, 2002)
Antes da criação das maternidades, as parturientes tinham seu parto natural, assistido geralmente por outra mulher – parteira ou a “curiosa” – em casa, e era considerado anormal ter que sair do âmbito domiciliar para parir. Observou-se uma forte tendência da classe médica em hospitalizar o parto, principalmente na década de 1930, com justificativas de que os hospitais eram os ambientes ideais e seguros para sua realização; sobrepondo o parto domiciliar, pois este, requer mais tempo e pré-requisitos para ser realizado, o que denota mais dificuldade para os médicos.
O parto passou a ser visto como necessariamente um “evento médico” (MOTT, 2002), desconsiderando a vontade de grande parte das mulheres, que queriam continuar tendo seus filhos no âmbito domiciliar. A maioria destas, eram pobres e relutavam bastante parir fora de casa; o que, juntamente com a falta de leitos e a escassez de recursos, motivou a implementação de um serviço de atendimento domiciliar¹ para mulheres pobres, amplamente defendido por médicos como Dr. Clóvis Correia da Costa, do Rio de Janeiro, e Dr. José Adeodato Filho, da Bahia, que alegavam, entre outros fatos, superlotação e alto custo para o Estado no acolhimento em hospitais, além do pensamento retrógrado: “... a inconveniência de a mãe de família se ausentar, (...) sem a esposa o marido poderia desviar-se do bom caminho.” (MOTT, 2002)
Embora se pensasse que o parto domiciliar apresentava maior risco de infecção puérpera, estatisticamente foram observados números otimistas para o índice de mortalidade materna e de natimortalidade. Constata-se vários aspectos positivos no que tange o atendimento obstétrico domiciliar, especialmente por ser mais humanizado, reduzir a medicalização de um processo natural do corpo feminino e também reduzir custos do Estado. Ainda em meados do século XX, a resistência em dar à luz