Síntese do artigo de LUIZ MARTINS, "Os Sete Matizes da Ética"
A moral faz parte do discurso prático, enquanto a deontologia e a ética fazem parte do discurso teórico.
Há as ciências das coisas que são (leis, princípios e realidades que independem da nossa vontade) e as que deveriam ser. As primeiras são muito difíceis de serem alteradas, ao contrário das segundas – grupo no qual entram as ciências morais e sociais.
1. Filosofia moral; trata dos costumes. É um tipo de ética difusa e não necessariamente escrita, mas inscrita na capacidade que todo ser humano tem de pensar e agir moralmente e na compreensão geral e cumulativa na sucessão dos tempos a propósito do compromisso de todos para com o bem de todos.
2. Ética; que é a moral circunscrita a algum tipo de contexto, social ou cultural. Trata-se de uma moral difusa, mas já particularizada e variante conforme determinados ethos sociais e culturais.
3. Deontologia, que é quando a ética se circunstancia ao tempo e ao espaço no contexto da formação de uma cultura (ethos) muito específica, como técnico-profissional por exemplo. É uma ética interpares, mas também reflexiva – tanto uma reflexão endógena, sobre como uma categoria pensa a si própria e sobre as suas melhores condutas, quanto exógena, como a sociedade os vê e o que deles espera.
4. Legalidade; barras da lei. Convenções morais e éticas encaminhadas para termos jurídicos, escrituras, transformadas em eis e implicando punições às desobediências e contravenções. Nesse patamar, o sujeito d ação moral encontra pela frente, por vezes, uma determinação exterior até contrária à sua determinação interior, da sua consciência (imperativo categórico), mas superior em termos de coerção (externa).
5. Legitimidade. Nem tudo que é legal é justo. As leis são autoaplicáveis, a justiça não. Muita arbitrariedade e injustiça se cometem em nome da autoridade e da lei. “Legalidade versus legitimidade”.
6. Altruísmo; fazer o bem visando o melhor para além de si próprio. O nível ético