Síndrome de Cushing e retirada de glicocorticóides
Atualmente glicocorticoides (GC) são amplamente utilizados. Tanto em casos emergenciais quanto em doenças crônicas. Nos casos de quadros de emergência (choque anafilático, nefrite lúpica, choque séptico, síndrome enxerto X hospedeiro, broncoespasmo grave etc.) geralmente a administração é realizada por via parenteral, em altas doses e por poucos dias (pulsoterapia) até que a terapia primária apresente eficácia.
Na terapia crônica (controle de doenças auto-imunes, inflamatórias, alérgicas,reumatológicas e outras) é necessário que o prescritor esteja atento aos riscos da corticoterapia prolongada e abusiva; pois geralmente os GC são administrados de maneira empírica e inapropriada sem que a eficácia clínica ou o mecanismo de ação sejam rigorosamente estabelecidos (1).
Alguns fatores influenciam tanto nos efeitos adversos quanto nos terapêuticos dos glicocorticóides incluem propriedades farmacocinéticas do medicamento, dose diária, diferenças individuais no metabolismo e duração do tratamento.
Seus efeitos adversos vão desde a supressão do eixo hipotálamo–hipofisário–adrenal e síndrome de Cushing, até infecções e alterações mentais.
Dentre os sinais e sintomas mais comuns associados à corticoterapia podemos citar:
Pele e Tecidos Moles - Pele fina, púrpura, aparência “cushingóide”, alopecia, acne, hirsutismo, estrias, hipertricose;
Olhos - catarata, glaucoma, exoftalmopatia;
Cardiovascular - hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, aterosclerose, arritmias;
Gastro-intestinal – gastrite, úlcera péptica, pancreatite, esteato-hepatite, perfuração visceral;
Renal – hipocalemia, hipervolemia;
Reprodução – infertilidade, distúrbios menstruais, retardo de crescimento intra-uterino;
Ossos – osteoporose, necrose avascular;
Músculo – miopatia;
Neuropsiquiátrico – euforia, disforia/depressão, insônia/acatisia, psicose, pseudo-tumor cerebral;
Endócrino – disglicemias, insuficiência HHA;