Síndrome da resposta inflamatória sistêmica/sepse – revisão
Artigo de Revisão
Síndrome da resposta inflamatória sistêmica/sepse – revisão e estudo da terminologia e fisiopatologia
M. J. C. SALLES, S. R. S. SPROVIERI, R. BEDRIKOW, A. C. PEREIRA, S. L. CARDENUTO, P. R. C. AZEVEDO, T. M. SILVA,V.GOLIN
Trabalho realizado no Serviço de Emergência da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo–Departamento de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, SP.
UNITERMOS. SIRS. Sepse. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Terminologia. Fisiopatologia. Citoquinas. KEYWORDS. SIRS. Sepsis. Systemic inflammatory response syndrome. Terminology. Pathophysiology. Cytokines.
INTRODUÇÃO
O progresso da ciência médica, que avança no sentido do entendimento das doenças e suas conseqüências, nos tem levado à novas técnicas diagnósticas e terapêuticas e, assim nos obriga a reavaliações de conceitos e terminologias. Várias dessas terminologias deixaram de existir, não em decorrência de medidas terapêuticas ou preventivas, mas graças aos avanços da compreensão da fisiopatologia, de tal modo que suas denominações tornaram-se obsoletas 1. Na antiga Grécia usava-se o termo Pepse para designar o processo de fermentação do vinho ou digestão da comida que indicava vida e boa saúde e o termo Sepse para descrever casos onde havia putrefação e estava associado com doença e morte2. Sepse tornou-se então uma condição clínica resultante de infecção bacteriana e a septicemia a presença desses microrganismos na corrente sangüínea. Há 50 anos, pacientes com falência de múltiplos órgãos não podiam ser mantidos vivos. Aqueles com infecções graves morriam rapidamente, já que os antimicrobianos estavam apenas começando a ser usados 3. “Falência sistêmica seqüencial” foi descrita primeiramente por Tilney et al 4 em 1973, abrangendo três pacientes que evoluíram para óbito por falência orgânica após rutura de aneurisma aórtico. Baue em 1975 descreveu três pacientes com “falência orgânica