Fisiopatologia da sepse e suas implicações terapêuticas
31: 349-362, jul./set. 1998
Simpósio: MEDICINA INTENSIVA: I. INFECÇÃO E CHOQUE
Capítulo II
FISIOPATOLOGIA DA SEPSE E SUAS
IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS
PATHOGENETIC MECHANISMS OF SEPSIS AND THEIR THERAPEUTICS IMPLICATIONS
Gerson Alves Pereira Júnior1, Flávio Marson1, Mario Abeid1, Fátima M. Ostini1,
Simone Hughes de Souza2 & Anibal Basile-Filho3
1
Médicos Intensivistas – 2 Médica Residente – 3 Docente e Chefe da Disciplina de Terapia Intensiva do Departamento de Cirurgia,
Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
CORRESPONDÊNCIAS: Anibal Basile-Filho – Disciplina de Terapia Intensiva, Departamento de Cirurgia, Ortopedia e Traumatologia da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – Hospital das Clínicas - 9 o Andar - Campus USP
CEP: 14048-900 - Ribeirão Preto - SP Fone (016) 633-0836 ou 602-2593. Email: abasile@fmrp.usp.br
PEREIRA JUNIOR GA et al. Fisiopatologia da sepse e suas implicações terapêuticas. Medicina, Ribeirão
Preto, 31: 349-362, jul./set. 1998.
RESUMO: Este artigo apresenta uma revisão recente e objetiva dos principais mecanismos fisiopatológicos envolvidos na sepse, destacando o papel do endotélio vascular e a produção das diversas citocinas. Define a síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) e a sepse, nos seus diversos graus de acometimento sistêmico. Mostra as disfunções produzidas pela sepse, nos diversos sistemas orgânicos, correlacionando-as com sua manifestação clínica, laboratorial e aos dados de monitorização hemodinâmica invasiva. Ao mesmo tempo, fornece as linhas gerais para o diagnóstico, avaliação da gravidade, monitorização e implicações terapêuticas, bem como as tendências terapêuticas atuais.
UNITERMOS: Síndrome Séptica. Sepse. Choque Séptico.
1. INTRODUÇÃO
O choque séptico é uma das causas de morte cada vez mais freqüente, em unidades de terapia intensiva do mundo todo, tendo os