Síndrome da Decepção
Tudo começa com um conselho. Acredito ser bastante comum entre os pais e conhecido entre os filhos.Um conselho que, aliado a uma situação vivida por mim, fez-me refletir a respeito de uma virtude, que com o passar do tempo, vem se perdendo em meio ao que gosto de chamar de síndrome da decepção.
Certa vez, minha mãe conversando comigo, em um de seus conselhos filosóficos em razão de sua maior experiência de vida, disse que não devo confiar em ninguém, além dos meus pais, pois nas situações de real emergência, ou precisão, como preferirem... Só vou poder contar com eles.
Este conselho me fez questionar sobre os demais valores bastante conhecidos e motivos de diversos clichês poéticos, sendo eles a amizade e o amor. Questionei a mim mesmo, e os amigos? Claro que não me referia a todos os coleguinhas de classe ou a todos os contatos do meu celular e do facebook, mas sim aqueles que temos realmente como amigos, e que supostamente honram este termo, pensei também, e quanto ao amor, e a pessoa com quem um dia irei casar, e conviver, será mesmo que não poderei contar com os mesmos?
Analisei então uma situação em que, um dia, quando estava comendo um cachorro quente,sentada na praça com meu namorado, me deparei com uma senhora cuja expressão facial estava bastante abatida, e esta me pediu um real, para conseguir atingir o ideal para comprar sua passagem, fiquei comovida com sua situação, e dei a ela uma quantia maior, capaz de ajudá-la a conseguir grande parte do necessário. Terminamos de comer o cachorro quente e saímos, e após um período de caminhada, cruzamos nosso caminho com a mesma senhora, em um local distante do ponto de ônibus, com uma feição diferente, cujo olhar ela desviou da gente.
Você deve estar pensando, qual a relação entre o conselho-sermão de minha mãe e esta experiência bastante comum? A relação é simplesmente a minha conclusão, caro leitor, que obtive através desses dois fatos. Creio que o motivo pelo qual minha mãe, e outros