Sífilis Congênita
A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica Treponema pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o concepto por via transplacentária (transmissão vertical). A infecção do embrião pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio da doença materna. Os principais fatores que determinam a probabilidade de transmissão são o estágio da sífilis na mãe e a duração da exposição do feto no útero. Portanto, a transmissão será maior nas fases iniciais da doença, quando há mais espiroquetas na circulação. A taxa de transmissão é de 70-100% nas fases primária e secundária, 40% na fase latente recente e 10% na latente tardia. 1
A contaminação do feto pode ocasionar abortamento, óbito fetal e morte neonatal em 40% dos conceptos infectados ou o nascimento de crianças com sífilis.
Por ser uma doença facilmente diagnosticada pelo VDRL e, com eficácia tratada pela penicilina, a não realização do pré-natal é considerada como um dos principais fatores responsáveis pelos casos de sífilis congênita. 2
Nesse contexto, observa-se que 67,4% das mães possuem o 1º grau incompleto, apresentando assim, falta de conhecimento sobre DST e sobre a importância da realização do pré-natal.
Porém, 78,3% das mães realizam pré-natal, sendo que 58,7% de maneira completa e 19,6% de forma incompleta. Dessas gestantes que realizaram pré-natal, apenas 55,6% fizeram o VDRL e somente 13,9% repetiram o teste no 3º trimestre da gravidez, demonstrando assim, a pouca importância dada à prevenção da sífilis congênita. ³
Apesar de a sífilis congênita ser uma doença de notificação compulsória, não se conhece a sua exata magnitude e por esse motivo é necessário um maior esclarecimento as gestantes sobre a gravidade e o modo de transmissão da doença e maior atenção durante o atendimento pré-natal, pois a sífilis materna não tratada pode determinar o abortamento espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, óbito fetal e/ou neonatal e as