São possíveis ciências humanas?
Mas quem seriam esses cientistas?
É equivocado, mas também natural, o pensamento de que um cientista precisa "obrigatoriamente" usar um avental branco e trabalhar dentro de um laboratório dissecando cadáveres ou usando um microscópio.
Para uma grande parcela das pessoas e de editores de veículos de informação e de divulgação cientifica, esse é o perfil de um cientista que faz ciência: exata ou biológica, jamais humana, psicológica.
Mas, é aí que é necessário destacar a existência e o papel do cientista social, do psicólogo e do profissional da informação, por exemplo. Eles também são cientistas, têm um trabalho científico, pesquisam e produzem conhecimento útil à sociedade, mas que ainda enfrenta certas barreiras para chegar ao grande público.
Felizmente, a divulgação da área de humanas tem avançado, como vimos no exemplo da revista do departamento de Letras da UFV ou da iniciativa do site Scielo. No entanto, o espaço é ainda insatisfatório.
Embora seja evidente que toda e qualquer ciência é humana, porque resulta da atividade humana de conhecimento, a expressão ciências humanas refere-se àquelas ciências que têm o próprio ser humano como objeto. A situação de tais ciências é muito especial. Em primeiro lugar, porque seu objeto é bastante recente: o homem como objeto científico é uma idéia surgida apenas no século XIX. Até então, tudo quanto se referia ao humano era estudado pela Filosofia.
Convite à Filosofia, de Marilena Chauí. Ed. Ática, São Paulo, 2000.
Para conhecer outras pesquisas da área de humanas desenvolvidas na UFV acesse o Sistema Gestor de Pesquisa.
Autor: Ana Paula Camelo e Rebeca Morato