A Divisão das ciências segundo Aristóteles
Diz Aristóteles na Metafísica que é próprio dos sábios um saber ordenador, assim a sabedoria é a mais alta perfeição da razão, aquela à qual corresponde conhecer a ordem.
A ordem relaciona-se com a razão de quatro modos: a primeira delas é aquela que a razão considera, porém não estabelece, e esta é a ordem das realidades naturais, é o caso das ciências teóricas. A segunda é a ordem da razão do ato próprio de considerar, é quando a razão ordena conceitos entre si e signos a esses conceitos, e este é o caso da lógica. Em terceiro lugar encontra-se a ordem da ciência moral ou filosofia prática, ordem da razão humana que, ao considerar, produz ações voluntárias. E, em quarto lugar, se encontra a ordem da razão humana para as coisas criadas pelo homem, isto é, o que a razão humana institui quando visa a criar certos utensílios – estas são as artes mecânicas ou as técnicas.
Note-se que a idéia de ordem é vinculada à idéia de fim, ou seja, à idéia de causa das ciências. Embora possam compartilhar no método, cada ciência busca um fim diferente.
Para identificar a proposta de que o Direito pertence ao domínio das ações humanas ou da filosofia prática, a investigação deve se iniciar com a classificação das ciências segundo Aristóteles, e, para tanto, aqui será utilizada a definição da separação das ciências apresentada pelo Estagirita no Livro E 1, da Metafísica, do Livro VI, capítulo 6 dos Tópicos, bem como na Ética a Nicômaco.
Diz Aristóteles, na Metafísica, quando delibera sobre como a física pode ser enquadrada como ciência teórica, que todo o conhecimento é prático, poético ou teórico.
Nos Tópicos, Aristóteles afirma que quando se fala em conhecimento deve-se levar em conta que o conhecimento pode ser especulativo, prático ou criativo (poiético), e que cada um desses termos denota uma relação: ou especula sobre alguma coisa, ou faz alguma coisa, ou cria alguma coisa.
Portanto, o critério de distinção