a metafisica de aristoteles
A METAFISICA DE ARISTÓTELES
Boa Vista – RR 17 de outubro de 2014
Introdução
Os filósofos têm discordado acerca da natureza da metafísica. Aristóteles e os medievais dão-nos duas explicações diferentes da disciplina. Por vezes caracterizam-na como a tentativa de identificar as primeiras causas, em particular deus ou o motor imóvel; por vezes como a muito geral ciência do ser enquanto ser. Acreditavam, contudo, que estas duas caracterizações identificam uma só disciplina. Os racionalistas dos séculos XVII e XVIII, por contraste, alargaram o âmbito da metafísica. Entenderam que esta se ocupava não só da existência e natureza de deus, mas também da distinção entre mente e corpo, da imortalidade da alma e do livre-arbítrio.
Aristóteles nasceu em Estagira de Trácia. Foi filho de Nicômaco, médico de Amintas II, rei da Macedônia. Quando contava dezessete anos, dirigiu-se a Atenas para completar sua carreira científica na Academia, primeiro centro cultural da época. Por duas décadas, foi aluno de Platão e membro ativo da Academia. Aristóteles sempre lembrará esses anos de convivência íntima com o amigo e incomparável Mestre, cuja doutrina deixou marca indelével no seu pensamento. O sentido primordial do ser foi a preocupação primeira daqueles que posteriormente foram denominados “filósofos”. Estes pensadores viram diante de si algo extraordinário que os surpreendiam arrebatando-lhes o olhar. Por sua vez Aristóteles teve o cuidado de definir uma ciência nova, que era a metafísica. Fixou o seu objeto como sendo o estudo do ser enquanto ser. É o que já diz no começo de sua Metafísica: “O objetivo desta discussão é o de mostrar que, sob a denominação de sabedoria, cada um entende comumente o que trata das primeiras causas e dos primeiros princípios” (Met., 981b 25). Aristóteles foi muito claro na primeira fase