Crise das ciências humanas - Japiassu
Cuiabá/Dezembro
2013.
Capítulo 2 - Ascensão
As ciências humanas parece dividida em duas: de um lado cientistas políticos e filósofos, freqüentemente solicitados para emitir opiniões sobre os variados assuntos e de outro uma comunidade de pesquisadores em ciências sociais que produzem uma enorme quantidade de trabalhos especializados dificilmente acessíveis e também distantes do debate publico. O que essas disciplinas ganham com sua insistente negação de toda visão global, com a reivindicação e pleno reconhecimento de seu estatuto de cientificidade? Fornecem os meios adequados para agirmos no social? Para esclarecermos e despertarmos a consciência coletiva? Podem dizer o possível e o desejável?
A questão da cientificidade foi retomada pelo filósofo Karl Popper, que construiu seu famoso critério de refutabilidade, um princípio em será possível contestar uma observação ou uma experiência física mostrando que essa afirmação é falsa. Exemplo: a afirmação "todas as corujas são brancas" poderia ser falseada pela observação de uma coruja cinza. Com esse conceito, o objetivo era de estabelecer uma distinção nítida entre as ciências da natureza e as outras formas de conhecimento, podendo apresentar-se como ciência, mas não possuindo as condições efetivas de atingir a objetividade. O sociólogo alemão Wolf Lepenies, diante da questão: “O que são as ciências humanas?”, respondeu: “má literatura”. Em sua tese “As três culturas: entre ciência e literatura, o advento da sociologia” disse: A ciência, a literatura e as ciências humanas não passam de discursos. Há discursos bem escritos. Outros, mal elaborados. A ciência é um discurso bem construído em seu domínio. Também a literatura no seu próprio. No entanto, há uma espécie entre - dois duvidoso: o das ciências humanas. Não sendo ciência nem literatura, constituem em má ciência e má literatura. Procurando seu