SUSTENTABILIDADE SOCIAL
A consciência da crise ambiental moderna se consolida, no final da década de 60 e começo da década de 70, com uma série de livros, congressos e encontros internacionais colocando, todos eles, a necessidade de se rediscutir o desenvolvimento, devido aos danos que ele próprio estava gerando sobre a natureza externa. Porém, e apesar do amplo leque de posições, a preocupação com a natureza externa refletia os interesses humanos, uma vez que os níveis de poluição ambiental, ou de depredação dos recursos naturais, pareciam colocar em xeque as possibilidades de o capitalismo continuar seu crescimento ilimitado. De maneira que a preocupação com o desenvolvimento humano estava por trás e conduzindo as preocupações com a natureza externa. Quando surge e adquire força o conceito de desenvolvimento sustentável, uma vez divulgado pelo relatório Nosso Futuro Comum (WORLD COMMISION..., 1987), as poucas dúvidas que ainda existiam, quanto à preocupação com a natureza – se devia ou não considerar o ser humano – se esvaecem. O desenvolvimento sustentável incorpora à conservação da natureza externa (sustentabilidade ecológica) a sustentabilidade social e também uma sustentabilidade econômica. Porém, alguns autores, instituições e práticas de política ambiental continuam privilegiando ou considerando exclusivamente a sustentabilidade ambiental. 2 Apesar de existirem dezenas ou talvez centenas de definições de desenvolvimento sustentável, quando essas definições são analisadas e explicadas, na maioria dos casos, os aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade sempre complementam os da sustentabilidade ecológica. O esquema a seguir, elaborado pelo WORLD RESOURCES INSTITUTE (2002), é um exemplo visual contundente dessa tridimensionalidade da sustentabilidade. O ângulo superior representa a sustentabilidade econômica, o inferior direito a ecológica, e o inferior esquerdo a social.
2 Segundo CALDWELL (1984), o conceito de