sustentabilidade social
novos atores políticos e sociais globais. O espaço do Estado-nação se reduz, a
economia cultural e simbólica cresce, novas ciências e novos inventos emergem.
O problema não reside na sobrevalorização, ou não, dos impactos das
mudanças tecnológicas. Nunca conseguiremos sobrevalorizar o que o campo
tecnológico está nos trazendo de mudanças – o problema é outro! Na tentativa
de invisibilizar a esfera da política, centrando as mudanças sociais no mundo da
tecnologia, esquece-se de que as mudanças passam necessariamente por instân- cias econômicas e espaços políticos. A globalização produziu-se da forma como
a conhecemos, porque a revolução científico-tecnológica dos anos 1980 encon- trou um campo político-ideológico favorável com a vitória do neoliberalismo na
Inglaterra e nos Estados Unidos nos anos 1970. A supremacia da ideologia do
mercado, no mundo todo, com suas especificidades históricas, criou um terreno
favorável para a adoção das novas tecnologias.
As empresas não se voltarão de forma decisiva para uma produção eco- nomizadora de recursos naturais e menos produtiva de carbono. Novas fontes
de energia se tornarão acessíveis apenas mediante a aceleração das inovações. A
distribuição de riquezas e a igualdade de oportunidades não serão construídas
sem embates políticos e pressões sobre os governantes.
Outro aspecto olvidado na definição do DS em três dimensões é a cultura.
Ora, não será possível haver mudança no padrão de consumo e no estilo de vida
se não ocorrer uma mudança de valores e comportamentos; uma sublimação do
valor ter mais para o valor ter melhor; se a noção de felicidade não se deslocar do
consumir para o usufruir; se não se verificar a transferência da instantaneidade
da moda para a durabilidade do produto; se não