Sustentabilidade nas entranhas dos discursos
SUSTENTABILIDADE NAS ENTRANHAS DOS DISCURSOS.
SÃO PAULO
Janeiro/2013
Resumo O tema da sustentabilidade ainda que não tenha conseguido a proeza de compor como peça integrante o emaranhado teórico que faz emergir nossas mais cotidianas ações, amiúde visita alguns de nossos pensamentos e permeia muitos de nossos discursos. O grande evento de 2012, o encontro rio +20 reuniu olhares de todos os cantos do planeta em torno desse tema tão candente, mas que ainda vemos avançar timidamente. Ainda que não tenhamos muito claro o que o termo sustentabilidade encerra ele não nos soa completamente estranho. Associamos a coisas do tipo ecologia, planeta, resíduos emitidos por chaminés de fabricas, desmatamentos; coisa como reciclagem e aquecimento global devem estar relacionadas, mas nosso objetivo no presente artigo é menos o de aclarar o termo conceitualmente e mais tentar observar como ele aparece nos discursos da tal conferencia. Quando as autoridades competentes falam sobre sustentabilidade a relacionam com o que? Pretendemos investigar nas linhas e nas entrelinhas desses discursos, eventuais pressupostos associados ao termo. Para tanto analisaremos o discurso da Cúpula dos povos, o discurso de abertura da presidenta Dilma e o emblemático discurso do presidente do Uruguai, Sr. José Pepe Mujica.
1. Sustentabilidade nas entranhas dos discursos
Colocar em pé de igualdade nos vértices do triângulo eqüilátero Pessoas, Planeta e a Economia, representação icônica do Triple Botton Line, é dar uma feição a esse elemento criado pelo ser humano: a economia, como se ele tivesse vida própria, querer próprio ou instinto natural. Economia é menos um ator em si e mais uma criação do próprio ser humano (ou de alguns deles em um tempo determinado), subproduto de seu modo de organização social atual. Querer somar um vértice a mais ao problema da relação do homem com seu próprio planeta, sobretudo colocado no vértice superior é