Sustentabilidade financeira
Edgilson Tavares de Araújo1 Vanessa Paternostro Melo2 Paula Chies Schommer3
Resumo No Brasil, a partir da Reforma do Aparelho do Estado, em 1995, enfatiza-se uma maior articulação dos governos com atores da sociedade civil e do mercado. O potencial da sociedade civil na gestão de políticas públicas e provisão de serviços públicos entra em evidência, aumentando a quantidade de organizações no setor e o debate sobre seus processos de gestão. Temas como sustentabilidade, auto-sustentabilidade, fundraising e fortalecimento institucional são bastante recorrentes na discussão sobre gestão social. Este trabalho pretende discutir em que medida o desafio da sustentabilidade financeira das organizações da sociedade civil (OSCs) influencia o cumprimento ou não da sua missão social. Algumas inquietações são foco da discussão: o discurso da auto-sustentabilidade põe em risco o foco social das organizações? Será correto e ético que uma organização da sociedade civil (OSC) passe a consumir mais esforços para gerar recursos financeiros do que para a sustentação de sua causa fim? Fontes limitadas de financiamento comprometem a manutenção e a autonomia? Em
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Administrador, Especialista em Mobilização e Marketing Social, Mestrando em Serviço Social, Pesquisador e Coordenador de Projetos do Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social (CIAGS) / Núcleo de Estudos sobre Poder e Organizações Locais (NEPOL) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Professor da Escola de Administração da UFBA e Faculdades Jorge Amado E-mail: edgilson@ufba.br 2 Administradora, Mestra em Administração, Pesquisadora e Coordenadora de Projetos do Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social (CIAGS) / Núcleo de Estudos sobre Poder e Organizações Locais (NEPOL) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), E-mail: vmelo@ufba.br 3 Administradora, Mestra em