Surrealismo
O Surrealismo foi um movimento multidisciplinar, ocorrido principalmente nas artes plásticas, literatura e cinema. Segundo historiadores da arte, o período surrealista é delimitado entre os anos de 1924 e 1945.
Em 1924, o poeta e ensaísta francês André Breton escreve o primeiro Manifesto Surrealista, fundando as bases do movimento e definindo-o em termos filosóficos e psicológicos. (Não custa lembrar que André Breton tinha formação em psiquiatria; não é à toa que as ideias de Freud vão exercer grande influência no movimento).
O Surrealismo caracteriza-se principalmente pela negação da lógica e do racional. O objetivo é a expressão do inconsciente (olha aí as ideias de Freud!); deve-se transcender o pensamento "normal" a fim de revelar níveis mais profundos de significado e de associações. O sonho é tão ou mais real do que a vigília.
Durante os anos 20 e 30, o Surrealismo se espalhou de seu centro - Paris - para outros países, inclusive fora da Europa, ganhando novos adeptos.
No início dos anos 30 o grupo surrealista publicou a revista Surrealismo a Serviço da Revolução, o que demonstra o flerte que houve entre os surrealistas e os ideais marxistas de revolução. Em verdade, o movimento tentava uma síntese entre a teoria política de Marx e o método psicanalítico de Freud. Considerava a expressão das fantasias reprimidas a base da revolução política: através delas seria possível derrotar o capitalismo.
Mas foi apenas um flerte. Moscou exigia total fidelidade e subordinação da arte aos propósitos do Estado, o que não combinava nem um pouco com o ideal de liberdade desejado pelos surrealistas. Liberdade para criar e se expressar sem qualquer tipo de repressão ou censura, seja ela interna ou externa. O objetivo era uma profunda revolução psicológica, e não apenas (apenas?!) uma tentativa de mudar a sociedade nos aspectos políticos e econômicos.
Embora grande parte dos artistas simpatizasse com o comunismo, isso não foi uma regra. Salvador