Surdos O Narrar E A Politica
Surdos: o narrar e a política
Gladis Perlin*
Wilson Miranda"
Estou consciente de lo que es ser sorrio y estamos orgullosos denosotos mismos como personas soldas, orgullosas de nuestra lengua y de nuestra cultura. Nuestra función como somos nos permite tomar consciencia de nosotros mismosyrespaidara nuestnas iguales.
(Juan Eugenio Ravelo-Mendoza)
Estas palavras de Juan Eugenio permitem uma exploração do que entendemos como ato narrativo do ser surdo que envolve a temporalidade e a espacialidade como política. É considerado um ato: olhar a identidade surda dentro dos componentes que constituem as identidades essenciais com as quais se agenciam as dinâmicas de poder. É uma experiência na convivência do ser na diferença.
O sentido que Juan Eugenio dá ao ser surdo faz do estar sendo surdo um aspecto vivencial. Ou seja, esse aspecto surge como elemento das narrativas quando elas afirmam aquilo que consideramos essencial à identidade surda. Assim, tais palavras inclusive discutem as articulações que tanto podem ser de um líder surdo como Juan Eugenio, como de todos os surdos que se encontram na instabilidade da identidade. Este aspecto depende, em boa parte, das narrativas que se contam e são contadas a partir da experiência de ser. No entanto, não são semelhantes em todas as narrativas do estar sendo surdo, mas constituem parte integrante da maioria' que vive na comunidade surda.
Notadamente reflete bem a diferença de ser surdo, a diferença que vai desde o ser líder ativo nos movimentos e embates que envolvem uma determinada função ativa, até daqueles outros que iniciam contatos nos contornos de fronteiras2 .
* Surda, Mestre e Doutora em Educação, com apoio da CAPES. Atua no Núcleo de Políticas
Educacionais para Surdos — NUPPES/UFRGS.
E-mail gladisp@cpovo.net
** Surdo e Pesquisador da NUPPES/UFRGS. Educador do CMET-Paulo Freire. Doutorando em
Educação - Centro de Educação da UFRGS.
E-mail: mwilson@cpovo.net
Ponto de Vista , Florianópolis, n.05, p. 217-226,