superior cursando
Imagine-se telespectador de uma partida de futebol. Nesse caso, a linguagem é essencial em todo o processo de interatividade entre a televisão e você. Narrar e assistir a um jogo são práticas sociais de base discursiva, ou seja, são ações sociais indissociáveis das práticas de linguagem, embora seja difícil imagi-nar alguma que não seja. Os processos de narrar e assistir ao jogo só se constroem mediante: a leitura do jogo (feita pelo narrador), a explicitação dessa leitura (a própria narração), a leitura da narração (feita pelo telespectador), as inscrições na tela (placar, tempo do jogo, indicações de substituição de jogadores, esta-tísticas da partida). Todos esses elementos são de natureza linguística e essenciais dentro das práticas de narrar e assistir a uma partida de futebol.
As situações em (a) e (b) ilustram a maneira como a linguagem pode participar, de forma essencial ou não, nas diversas práticas sociais de que participamos ou que executamos. E isso serve para todas as ações que ocorrem no nosso ambiente de trabalho, na escola, nas ruas, nos supermercados ou em casa.
Mais que isso: em todos esses casos, a linguagem se dá na forma de textos. São eles os responsáveis pela nossa interação; são eles os elementos que constroem a transmissão de uma partida de futebol na condi-ção de um evento discursivo. Sendo assim, deparamo-nos com outras questões relevantes:
• O placar de uma partida é um texto?
• A ordem “avança”, dada pelo técnico do time, é um texto?
• O cartaz de revolta mostrado pelo torcedor na arquibancada é um texto?
A resposta a todas essas questões é “sim”. E porque é “sim” você descobrirá lendo as seções a seguir.
O texto: a continuação de uma conversa sobre ele
Texto quer dizer tecido, dado que as suas partes constituem um entrelaçar, um conjunto que lhe confere uma condição de unidade. Também podemos comparar o texto a uma teia, uma enorme rede em que cada parte sempre