Superio Incompleto
CAPÍTULO III: A QUÍMICA NO SÉCULO XVIII
O século XVIII começou com uma química mais amadurecida, distinguindo-se não só da alquimia moribunda como daquela química totalmente subordinada à medicina e à farmácia. Aqui já se vê uma ciência da natureza de pleno direito. Sua melhor expressão foi a formulação da Teoria do Flogisto pelo químico e médico alemão Georg Ernst Stahl, seguidor de Becher. Stahl, um médico e professor de medicina, tratava a química como uma ciência independente, sem nenhuma sujeição à medicina. Ele considerava a existência de uma distinção fundamental entre a química de laboratório e aquela que ocorria nos seres vivos. A Teoria do Animismo, mais tarde denominado Vitalismo, surgiu com ele e durou até o século XIX. Muito já se escreveu sobre sua teoria mais famosa, a do flogisto, de modo que só se falará dela aqui de forma breve. A partir do conceito becheriano de "terra pinguis", ou "terra gorda", um dos componentes dos compostos químicos, de acordo com Becher, Stahl desenvolveu o conceito de inflamabilidade, ou "flogisto", do grego, para denominar aquilo que se desprende quando uma substância arde. A madeira, o azeite, o carvão são todos materiais ricos em flogisto, pois queimam-se quase totalmente, restando apenas um pequeno resíduo de cinzas. Os metais também se "queimam", embora o termo apropriado neste caso seja que eles se calcinam, originando "cais", aquilo que mais tarde Lavoisier viria a denominar óxidos. A teoria de Stahl foi a primeira teoria química de aplicação ampla, capaz de explicar um enorme número de fenômenos. Se um metal, ao se calcinar, perde flogisto, então se se conseguir devolver flogisto ao produto da calcinação, a cal, será possível regenerar o metal original. Esta é a reação de redução, familiar a todos os metalurgistas. Por exemplo, tanto a cal de ferro ou de estanho, quando aquecidas com carvão, dão os metais