Relatório Análises Toxicológicas

Objetivo

Determinar a quantidade de cianeto nas amostras de mandioca previamente preparada por hidrólise ácida e destilação.

Fundamentação teórica

O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de mandioca devido ao seu alto valor energético. Ela é considerada uma planta cianogênica por apresentar compostos ciânicos e enzimas distribuídas em concentrações variáveis em diferentes partes da planta. Quando ocorre a ruptura da estrutura celular da raiz, as enzimas presentes na planta degradam estes compostos, liberando ácido cianídrico (HCN), que é o composto tóxico da mandioca cuja ingestão e até mesmo a inalação apresentam risco à saúde. Quando a mandioca passa pelo processo de cozimento, ocorre a liberação do ácido cianídrico, evitando a intoxicação.
Os alimentos que naturalmente possuem glicosídeos cianogênicos podem ser nocivos à saúde quando em concentrações altas. No organismo, após a ingestão do alimento contendo essas substâncias, o meio ácido estomacal realiza a hidrólise dos glicosídeos resultando em moléculas de HCN (tóxico) e açúcar.
As condições de intoxicações crônicas por glicosídeos cianogênicos presentes na mandioca são várias e para o tratamento de casos de intoxicação, administra-se nitrito de sódio intravenoso, o qual vai se ligar a hrmoglobina formando meta hemoglobina (MeHb). Essa por sua vez, se liga ao ácido cianídrico (HCN) formando cianometohemoglobina (CNMeHb), impedindo que o HCN continue a bloquear a cadeia transportadora de elétrons.
A mandioca é classificada de acordo com o teor de cianeto em três classes: mansa (< 50mg/Kg), moderadamente venenosa (50-100 mg/Kg) e brava (>100mg/Kg). A técnica para o preparo da amostra foi feita com raízes frescas de mandioca descascadas deixando-se apenas a polpa comestível.
A quantificação de cianeto na mandioca foi realizada a partir de 20 gramas de amostra. Após picada, a amostra passou por hidrólise ácida por aproximadamente duas horas seguida de duas destilações. O destilado