Sulfato de magnésio
Pré-eclâmpsia: Fisiopatologia
A despeito do conhecimento acumulado, a pré-eclâmpsia continua sendo uma síndrome que leva a graves repercussões materno-fetais e pouco se conhece a respeito da sua etiologia. A elevação da pressão arterial, principal sinal clínico da pré-eclâmpsia, pode ser considerada como conseqüência da doença e não a causa, já que parece ter como função compensar a diminuição do fluxo sangüíneo materno-fetal.16
Várias teorias são propostas na tentativa de compreender o evento, dentre elas, a suposição de que a pré-eclâmpsia esteja associada a alterações imunológicas, representando o marco inicial do processo fisiopatológico.17
Alguns estudos sugerem que existem alguns aspectos imunogenéticos de grande importância na fisiopatologia da pré-eclâmpsia. Desta forma, a resposta imunológica materna anormal ao trofoblasto determinará a má adaptação placentária, desencadeando lesões endoteliais.3,16 Outro importante ponto é que esses fatores e o endotélio podem ser influenciados pela grandes modificações ocasionadas pela gestação, como a ativação da cascata inflamatória normal na gravidez.16
Atualmente, sabe-se que a má adaptação placentária é um requisito na etiologia da pré-eclâmpsia, aceitando-se a clássica teoria de que o evento básico constitui uma falha da remodelação e infiltração das células trofoblásticas nas artérias espiraladas, levando a uma hipoperfusão placentária quando a necessidade de oxigênio pelo feto é alta.1
A subseqüente isquemia da circulação uteroplacentária ocasiona a liberação de substâncias vasoativas na circulação materna, causando dano endotelial e conseqüente alteração de sua função. Essa lesão do endotélio leva a uma variedade de mudanças na interface sangue-tecido, incluindo agregação plaquetária,21 ativação do sistema de coagulação,16,22 aumento da permeabilidade da parede do vaso e aumento da reatividade e do tono do músculo liso vascular.16,20
Como conseqüência final dessas alterações