Suicídio: visão religiosa
Do ponto de vista religioso, o suicídio compreendido como interrupção espontânea da vida é reprovado pela maioria das religiões. Como será apresentado ao longo deste assunto, embora haja conflitos sobre os critérios metodológicos, a religião é um considerável fator oposto ao ato intencional de matar a si mesmo. Dentre as grandes religiões estão o Hinduísmo, Judaísmo, Islamismo, Cristianismo e o Budismo, as quais rejeitam o ato suicida (BHATIA, 2002 apud ALMEIDA, 2004). Com o objetivo de obter um visão geral sobre o tema, faremos uma breve revisão sobre alguns estudos que examinam a relação entre religião e comportamento suicida. Da mesma maneira, discorreremos um sucinto comentário sobre o ponto de vista de algumas delas acerca da questão abordada.
Durkheim (1897 apud ALMEIDA, 2004, p.2) em sua teoria sobre o suicídio, acredita que a religião estabelece valores compartilhados, interação e limites sociais fortes que mantém o indivíduo menos isolado e, ao mesmo tempo, promove um conjunto de ideais pelos quais viver, constituindo-se em um fator protetor contra o suicídio. No entanto, seus estudos indicaram ocorrência de suicídio 50% maior nos países protestantes do que em países de maioria católica.
Assim sendo, mesmo que o Cristianismo condene o suicídio, um estudo realizado no Brasil por Soeiro (2008) revela que a frequência de ideação suicida relevante foi encontrada em 26,4% dos católicos, 24,1% dos evangélicos, 13,3% dos espíritas/outros e apenas 10% de pessoas que se definiam sem religião. Analisando do ponto de vista da intensidade da religião em sua vida 24% dos muitos religiosos tinham ideação suicida, 21% dos moderadamente religiosos e 32,1% dos pouco religiosos. Foi encontrado um aumento de depressão maior de 30% entre religiosos e 20% em pessoas sem religião. Por outro lado, é possível que pessoas sem religião sejam também aquelas com nível inferior de rede de amparo social que por seu transtorno se afastem da