Durkheim: Suicidio e Formas elementares da vida religiosa
1) Em O Suicídio, Durkheim propõe elaborar uma explicação sociológica do suicídio a partir do conceito de fato social. Para tal, o autor analisou dados disponíveis em diferentes países da Europa, procurando depreender, a partir das suas taxas de suicídio, as causas sociais.
Uma de suas principais contribuições, foi apontar que a taxa de suicídio não varia aleatoriamente, mas em função de circunstâncias diversas relativas ao excesso ou falta de integração do indivíduo com a sociedade. Para o autor, “cada sociedade tem, portanto, em cada momento de sua história, uma predisposição definida para o suicídio”( 1982:19); valendo-se dessa premissa, identificou a existência de “correntes suicidógenas” e passou à definição da tipologia dos suicídios: por falta de integração social, por excesso da mesma e por enfraquecimento das normas vigentes numa determinada sociedade. Argumentava Durkheim que, “conhecida a natureza das das causas, deduziríamos a natureza dos efeitos” (1982:28) , definindo os tipos de suicidas a partir de suas motivações.
No suicídio egoísta, a causa seria o enfraquecimento da integração social; no altruísta o baixo grau de individuação e excesso de integração social; no suicídio anômico a causa seria a desintegração das normas e expectativas reguladoras da sociedade. A partir da definição da tipologia, passemos então para uma breve análise da motivação de cada um deles.
O Suicídio egoísta é aquele decorrente da individuação excessiva, ou seja, o indivíduo perde totalmente o vínculo com o meio social, não vendo mais sentido na sua existência. Ao explicar as causas que o produz, Durkheim procurou fundamentar sua argumentação a partir de contextos sociais como religião, família, sociedade politica e faixa etária. Ao analisar a influência da religião sobre a incidência dos suicídios, Durkheim aponta que a integração social promovida pelos cultos religiosos exerce influência benéfica. Quando ele ocorre dentro deste