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Artigos de revisão
Sono e envelhecimento
Lorena Teresinha Consalter Geib* Alfredo Cataldo Neto** Ricardo Wainberg*** Magda Lahorgue Nunes****
INTRODUÇÃO Os termos envelhecimento ou senescência têm sido indistintamente empregados para definir o processo pós-maturacional responsável pela diminuição da homeostasia e aumento da vulnerabilidade do organismo. O envelhecimento tem sido classificado como normal ou usual. Normal, quando envolve mudanças fisiológicas universais e inexoráveis; usual, quando inclui doenças relacionadas à idade1. O processo de envelhecimento – normal ou usual – ocasiona modificações na quantidade e qualidade do sono, as quais afetam mais da metade dos adultos acima de 65 anos de idade, que vivem em casa e 70% dos institucionalizados2, com impacto negativo na sua qualidade de vida.
* Professora Titular do curso de Enfermagem da Universidade de Passo Fundo. Mestre em Enfermagem Doutoranda em Clínica Médica e Ciências da Saúde (PUCRS). ** Professor Adjunto e Coordenador do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da PUCRS. *** Acadêmico. Faculdade de Medicina – PUCRS. **** Professora Adjunta de Neurologia e Pediatria da FAMED – PUCRS.
Essas modificações no padrão de sono e repouso alteram o balanço homeostático, com repercussões sobre a função psicológica, sistema imunológico, performance, resposta comportamental, humor e habilidade de adaptação3. Os fatores que contribuem para os problemas de sono na velhice podem ser agrupados nas seguintes categorias: 1) dor ou desconforto físico; 2) fatores ambientais; 3) desconfortos emocionais e 4) alterações no padrão do sono. Nessa última categoria, incluem-se as queixas referentes ao tempo dispendido na cama sem dormir, dificuldade para reiniciar o sono, menor duração do sono noturno, maior latência de sono e despertar pela manhã mais cedo do que o desejado. Além dessas queixas, são também prevalentes a sonolência e a