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A busca por uma vida mais cômoda, que acarreta à falta de tempo e disposição para coisas ditas “não produtivas” tornou a humanidade acomodada. A lista das coisas às quais nos acostumamos, ricamente detalhadas por Colassanti, quando lidas sob o olhar adulto, remete a uma saudade da infância, onde tudo era novo e precisava de argumentação para ser aceito, virar costume. A sede infantil pelo entendimento se deixa de incomodar quando nos tornamos adultos e o “deixa pra lá” torna a vida menos “desgastante”.
A sociedade atual, em busca de mais tempo para ganhar dinheiro, para ter o melhor em material, não se preocupa com os bens intelectuais que a vida proporciona sem necessidade de dinheiro algum: o brilho do sol e das estrelas, o barulho e a sensação da chuva na pele, o desabrochar de uma flor, o voo de um pássaro. Tudo isso requer um tempo e uma sensibilidade que o “homem moderno” não se permite ter.
2. Se você pudesse voltar em sua infância e ler esse texto, o que não permitiria se acostumar?
Na verdade, apenas me acostumei a respeitar as filas. Ainda me “obrigo” a arranjar tempo para as outras coisas listadas por Colassanti
Leia o trecho de Ariés e procure explicar a representação social da criança ao longo da história.
Na verdade, criança era apenas um pequeno ser humano que, durante algum tempo dependida dos seres humanos maiores para suprir suas necessidades mais básicas: proteção às intempéries do tempo, higiene e alimentação. Após a aquisição das habilidades para proteger-se do frio e do calor, entender-se suja e buscar a limpeza, identificar a fome e supri-la por si só, não havia motivos para não se inteirar da realidade dos humanos maiores e começar a realizar as tarefas e posturas deles por meio da convivência.
Após o surgimento dos estudiosos, das cidades, das indústrias, a aprendizagem por meio da observação e obrigação por estar entre os ditos adultos tornou-se impraticável.