Somos Feitos de tempo?
O poeta Pablo Neruda paráfrase que a cada manhã de nossas vidas podemos fazer do sonho outro sonho, presente temática -i, é, pesquisas acadêmicas voltadas para as potencialidades dos conceitos de memoria.
O filosofo Walter Benjamim buscou reatualizar o incidente ocorrido ao anoitecer do primeiro dia de luta da Revolução Francesa em Paris, foram disparados tiros contra relógios das torres, na tentativa flagrante de paralisar o continuum de dominação e instaurar “o novo”, um gesto de desespero de busca de um “novo” tempo. Pensador alemão que foi também ensaísta, crítico literário, tradutor e ficcionista podemos encontrar um recurso alegórico de busca, de cesura, de ruptura em relação as praticas dominantes, praticas estas presentes no contexto nacional e internacional. Em outros termos as tendências prevalecentes na alta modernidade (GIDDENS, 2002), vem sendo naturalizadas, cristalizadas também nas praticas de produção de conhecimentos acadêmicos.
Os Fundamentos teórico-metodológicos
A tradição francesa, os trabalhos do historiador Pierre Nora (1984-1993), por sua vez com Maurice Halbwachs (1990)-são de fato paradigmas nas pesquisas relativas á historiografia, um dos grandes méritos das reflexões deste historiador é diferenciar historicamente os conceitos de memoria e de historia. No que tange as tradições anglo-saxônicas, mais especificamente aos historiadores James Frentess e Chris Wichham (1992), dentre outros, em suas pesquisas relativas a historia oral. Contudo, na contraposição buscando aproximar demasiadamente a memoria da historia. Em busca de compreensão do engendramento histórico, importante observar que a tradição historiográfica ocidental localiza na antiguidade grego-clássica o lócus onde se originam tais concepções. Em Platão, por exemplo o conceito de memoria surge como sinônimo conhecimento. Para Bérgson (1979-1997),tanto percepção como intuição desaguam no labirinto da