sofistas e filósofos
Referência à importância dos sofistas para a constituição da retórica: A Retórica surgiu na antiga Grécia, ligada à Democracia e em particular à necessidade de preparar os cidadãos para uma intervenção activa no governo da cidade. "Rector" era a palavra grega que significava "orador", o político. No início esta não passava de um conjunto de técnicas de bem falar e de persuasão para serem usadas nas discussões públicas. A sua criação é atribuída a Córax e Tísis (V a.C), tendo sido desenvolvida pelos sofistas que a ensinaram como verdadeiros mestres. Entre estes destacam-se Górgias e Protágoras. A Retórica era antes de mais o discurso do Poder ou dos que aspiravam a exercê-lo. "O orador, escreve Chaim Perelman, educava os seus discípulos para a vida activa na cidade: propunha-se formar homens políticos ponderados, capazes de intervir de forma eficaz tanto nas deliberações políticas como numa acção judicial, aptos, se necessário, a exaltar os ideais e as aspirações que deviam inspirar e orientar a acção do povo.". O discurso retórico visava a acção, por isso se propõe persuadir, convencer os que escutam da justeza das posições do orador. Este primado da acção leva a maioria dos sofistas, a desprezarem o conhecimento daquilo que discutiam, contentando-se com simples opiniões, concentrado a sua atenção nas técnicas de persuasão.
Contributo de Potrágoras para a retórica: Protágoras ensinou retórica na Sicília, na Itália e em Atenas e foi tão versado em ciências que alguns o admiravam como um deus por sua sabedoria. Caiu no ascetismo por causa da doutrina de Heráclito sobre o perpétuo fluxo de todas as coisas e sobre o valor somente relativo do conhecimento sensível. Ensinou o ascetismo e o relativismo com estas palavras “Assim como as coisas me parecem, assim elas o são para mim; assim como elas te parecem, assim elas os são para ti pois tu és homem e também o sou”.