Sociologia
BOFF, Leonardo. Ethos Mundial: Um consenso Mínimo entre os Humanos. Rio de
Janeiro: Sextante, 2003.
Vanderlei Barbosa1
Leonardo Boff é professor de Teologia, Filosofia, Ética, Espiritualidade e
Ecologia. Sempre trabalhou com um pé na academia e o outro na realidade dos meios populares. Dessa combinação nasceu a Teologia da Libertação, da qual, juntamente com Gustavo Gutierrez, Frei Betto e outros teólogos, é um dos expoentes.
Nesta obra, sua intenção é propor uma reflexão sobre o significado e a urgência de um novo ethos mundial que garanta a preservação e a possibilidade da vida humana sobre a Terra, assegurando um mundo habitável não apenas para nós, mas também para as futuras gerações. A relevância dessa problemática filosófica envolvendo o tema da ética vem ocupando destaque no pensamento contemporâneo, como pode ser constatada pela abundante bibliografia sobre o tema de diferentes pensadores contemporâneos.
A sobrevivência da humanidade e da Terra é o grande objetivo da obra de
Leonardo Boff, que está dividida em oito capítulos. No Capítulo I, Boff aborda a urgência de um ethos mundial. Esta ética exige refletir com seriedade e responsabilidade sobre três problemas que suscitam a urgência de uma ética mundial: a crise social, provocada pelo agravamento da pobreza, gerada pela acumulação de riquezas, que contraditoriamente aprofunda o fosso entre ricos e pobres; a crise do sistema de trabalho, deflagrada pelo desemprego estrutural, fruto das mudanças tecnológicas que gera um imenso exército de excluídos em todas as sociedades mundiais; e a crise ecológica, provocada pela atividade humana irresponsável, que ameaça a sustentabilidade do planeta com o desequilíbrio ecológico, criando “o principio de autodestruição”. Daí a crescente importância das questões éticas e ecológicas envolvendo a relação homem-natureza.
No Capítulo II, o teólogo analisa o sentido do planetário como novo patamar da
Terra e da