sociologia
FERREIROS E ALQUIMISTAS
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Título original: Forgerons
et alchimistes
Tradutor: E. T.
Revisão de Manuel Pérez Ledesma
© Flammarion, Paris, 1956
© Ed. cast.: Aliança Editorial, S. A., Madrid, 1974, 1983
Rua Melam, 38; ® 200 00 45
ISBN: 84-206-1533-1
Depósito legal: M. 8.968-1983
Impresso em Artes Gráficas Ibarra, S. A.
Matilde Hernández, 31. Madrid-19
Printed in Spain
À memória de
Sir Praphulla Chandra Ray, Edmund von Lippmann e Aldo Mieli
Prólogo
O primeiro tabuleiro do díptico que este forma reduzido volume apresenta um grupo de mitos, ritos e símbolos particulares dos ofícios de mineiro, metalúrgico e ferreiro, tal como podem aparecer ante um historiador das religiões. Apressemo-nos a dizer que os trabalhos e conclusões dos historiadores das técnicas e as ciências nos foram de preciosa utilidade, embora nossa intenção era outra. Procuramos compreender o comportamento do homem das sociedades arcaicas com respeito à Matéria, de seguir as aventuras espirituais nas quais se viu comprometido quando descobriu seu poder de mudar o modo de ser das substâncias. Acaso deveria ter estudado a experiência demiúrgica do oleiro primitivo, posto que foi o primeiro em modificar o estado da
Matéria. Mas a lembrança mitológica desta experiência demiúrgica não deixou apenas vestígio algum. Por conseguinte, tomamos como ponto de partida o estudo das relações do homem arcaico com as substâncias minerais e, de modo particular, seu comportamento ritual de metalúrgico do ferro e de ferreiro.
Deve ficar bem claro, entretanto, que não tratamos aqui de fazer uma história cultural da metalurgia, que analise seus sistemas de difusão através do mundo, partindo de seus mais antigos centros, que classifique as quebras de onda de cultura que a propagaram e descreva as mitologias metalúrgicas que a acompanharam. Se tal história fosse possível, requereria alguns milhares de páginas. Por outro