Sociologia
Publicado em: 15/01/2010 |Comentário: 0 | Acessos: 1,833 | 3
Pierre Bourdieu viveu entre 1930 e 2002 e, na qualidade de Sociólogo, ao criticar, ao mesmo tempo, o objetivismo e o subjetivismo, aborda a herança familiar como importante fator de sucesso ou insucesso escolar; consequentemente, afirma que a escola é reprodutora de desigualdades sociais. Mas há quem aponte limitações a essa concepção.
Bourdieu foi um renomado sociólogo; filho de funcionário da empresa de correios, nasceu em Denguin (comuna francesa na região administrativa da Aquitânia) e, ao completar 28 anos de idade, passa a ser assistente na Universidade de Algéria, quando produz seus primeiros trabalhos sobre transformações sociais, inovando o debate na Sociologia da Educação. Este notável cientista contemporâneo constrói suas teorias a partir de múltiplas fontes teóricas, como as de Kant, Mauss, Austin, Norbert Elias, Lévi-Strauss, além das de Marx, Weber e Durkheim. Aposenta-se como diretor de estudos da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales.
Epistemologicamente, critica a forma como o sujeito é tratado pelos sistemas institucionalizados, que apresentam fórmulas prontas para serem postas em prática pelos atores sociais; o que representa o objetivismo. Ao mesmo tempo, se afasta do modelo subjetivista, em que o indivíduo age de modo exclusivo com suas escolhas, preferências e atitudes. Assim, Bourdieu busca a superação de um dilema clássico do pensamento sociológico: a oposição objetivismo x subjetivismo.
É nesta perspectiva que o autor dirige seu foco para a carga cultural ou herança familiar como vetor do sucesso ou insucesso da pessoa nas fronteiras internas da escola. Os gostos, etiqueta, maneiras de se dirigir a outrem, religiosidade, enfim, os costumes diferenciam o aluno no que tange ao tratamento que ele recebe no âmbito do sistema educacional. Em outras palavras, uma pessoa de habitus requintados e linguagem refinada se sobressai