Sociologia
O presente texto traz ao debate o tema da política sob perspectiva maquiavélica, que aqui será abordado segundo as reflexões de Luis Felipe Miguel.
O pensamento de Maquiavel é considerado o marco inicial do pensamento político moderno. Ao romper com o pensamento medieval acerca da política, Maquiavel passa a expô-la de maneira única, como nunca havia se observado antes. Durante a Idade Média havia uma excessiva preocupação entre a partilha de poder dos príncipes com a Igreja; por meio da teoria dos gládios- poderes temporal e espiritual- essa evocava para si a suposta pertença do poder, que por ato próprio concedia parte desse poder a um príncipe. Apesar de essa ser a preocupação central da política durante a Idade Média, para a modernidade, segundo Maquiavel, essa disputa é uma questão inexistente. Maquiavel rompe com o paradigma da Idade Média que atrelava a religião à política, dessa forma passando a trata-las de forma diferenciada, em esferas distintas. O objetivo da política deve ser então o bem do Estado; o da moral cristã é a salvação pessoal. Essas são muitas vezes inconciliáveis/ incompatíveis. A Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero, contribui para a propagação de tal ideia, já que a cisão causada pelo movimento acaba por enfraquecer o poder da igreja no cenário político.
Observa-se que o pensamento de Maquiavel apesar de se desenvolver em Florença, sua cidade de origem, será altamente influenciado por suas viagens diplomáticas e será identificado pelo desejo de ver a Itália unificada- único meio para o pleno desenvolvimento-, como é observado em seu livro o Príncipe.
Para Maquiavel o que importa na política é o poder real e a meta de toda ação política é ampliar o seu poder em relação ao poder dos outros; para ele o soberano deveria possuir meios materiais para impor os seus desígnios, pois quando a população não mais cresce nele, esse deveria fazê-los crer à força como relata Luis Felipe