Sociologia
“Quanta diferença três anos podem fazer. Em 2010, o Brasil ainda era saudado como quase uma China, com uma economia que oferecia sedutora taxa de crescimento ao estilo asiático, em torno de 7 por cento, e geograficamente mais perto da casa de investidores ocidentais.
Hoje, a maior parte da empolgação se foi. O crescimento econômico caiu a menos de 1 por cento no ano passado e 2013 não está se mostrando muito melhor.
No entanto, entrevistados durante o Reuters Latin American Investment Summit nesta semana disseram que ainda veem muitas oportunidades na maior economia da região.
Embora não seja como no passado recente, o dinheiro ainda está disponível para setores específicos, tais como infraestrutura, tecnologia e educação, alguns dos quais ainda estão se comportando como se os anos de boom não tivessem terminado.
Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a situação agora não é tão ruim como alguns dizem, mas também nunca foi tão boa como outros disseram.
"Houve uma espécie de confiança demasiada em que o impulso que tinha sido dado pela estabilidade e pelo mundo (...) tinha sido suficiente para assegurar o bem-estar 'ad aeternum'", disse Fernando Henrique, agora da oposição e uma das vozes mais respeitadas do Brasil em círculos de negócios.
Como necessidades urgentes do país, o ex-presidente citou projetos rodoviários e ferroviários para atacar os gargalos de transporte do país. Ele avalia que ainda há oportunidades de investimento em infraestrutura diante dos preparativos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Fernando Henrique e outros entrevistados expressaram frustração de que o Brasil não está fazendo o melhor que poderia. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer em torno de 3 por cento em 2013, enquanto a inflação pode fechar o ano em 5,8 por cento, segundo a média das projeções de