Sociologia
No livro Vigiar e Punir (1987), Foulcault é mais explícito na determinação das formas de dominação pela expressão da vigilância. O fundamento da obra são os sistemas de vigilância, seja pela reclusão ou pela vigilância somada à obediência. Como um modelo de sistema de vigilância a ser estudado, Foulcault cita, e analisa sob a sua ótica, o Panóptico, modelo de sistema de reclusão imaginado por Jeremy Bentham.
Coloca a ideia de Panoptipo como um modelo que possibilita vigiar os indivíduos, ou seja, os espaços passam a ser construídos e determinados a partir deste modelo que irá permitir controlar e disciplinar o indivíduo facilmente. Foucault demonstra através dos sistemas de vigilância europeus nos tempos de epidemia, em que era estabelecida uma hierarquia que determinava a vigilância, e consequentemente controle, sobre a população. Da rua ao centro das cidades, passando pelas quadras e bairros, todos eram vigiados e deveriam obedecer às ordens de quarentena. Isso ele exemplificou como uma sociedade disciplinar, que obedecia tanto pelo temor do contágio, quanto pelo poder da vigilância. O Panóptico organiza espaços que permitem ver, sem ser vistos, portanto, uma garantia de ordem. Assim, a vigilância torna-se permanente nos seus efeitos, mesmo que não fosse à sua ação. Mais importante do que vigiar o prisioneiro o tempo inteiro, era que o mesmo se soubesse vigiado. Logo, não era finalidade do Panóptico fazer com que as pessoas fossem punidas, mas que nem tivessem a oportunidade para cometer o mal, pois se sentiriam mergulhadas, imersas num campo de visibilidade. Em suma, o Panóptico desfaz a necessidade de combater a violência física com outra violência física, combatendo-a antes, com mecanismos de ordem psicológica. Para Foucault o panoptismo corresponde à observação total, é a tomada integral por parte do poder disciplinador da vida de um indivíduo. Ele