Sociologia
Quando se fala em sociedades tribais é necessário esclarecer que elas não são todas iguais; ao contrário, se diferem muito no tempo como no espaço. Assim falar dos bosquímanos australianos antes do contato com os europeus é bem diferente falar deles atualmente, pois as condições em que vivem hoje não tem nenhuma semelhança com aquelas anteriores ao contato. Mas a diversidade existe também em relação a outros grupos tribais, como, por exemplo, os guaranis, que viveram e vivem no sul do Brasil. Além de diferentes entre si, quando se analisa o processo histórico de cada um, percebe-se que eles também vão se transformando gradativamente das características de cada grupo em particular.
Outra advertência também se torna necessária quando se procura entender essas sociedades. É bom se ter em mente que esses povos, cujos membros contemporâneos vivem quase sempre em condições precárias, isolados e em áreas restritas, guardam poucas semelhanças com os seus antepassados, que, de modo geral, viviam em regiões ricas em caças e pesca e em alimentos de toda a sorte.
As sociedades tribais distribuídas pelos mais diferentes pontos da Terra e com mais diferentes estruturas sociais, políticas e econômicas possuíam, e algumas ainda possuem, uma organização do trabalho em geral baseada na divisão por sexo, em que homens e mulheres desempenhavam tarefas e atividades diferentes. Também os seus equipamentos e instrumentos são, aos olhos dos estrangeiros, muito simples e rudimentares – ainda que se mostrem eficazes para o que deles se exige. Guiados por tal concepção, muitos analistas, durante muito tempo, classificaram essas sociedades como de economia de subsistência e de técnica rudimentar, passando a idéia de que esses povos viveram quase em estado de pobreza, com o mínimo necessário a sobrevivência. Pode-se verificar a seguir que isso não passa de preconceito muito difundido.
Marshall Sahlins, antropólogo norte-americano, chama essas sociedades