Sociologia: uma expectativa de alteração na atual conjuntura do Ensino Médio
Tendo em vista a inserção da Sociologia de uma forma obrigatória no
Ensino Médio a partir de 2008, prescrita pela lei nº 9394, a pesquisa que apresentamos irá analisar a relevância do ensino de Sociologia nas escolas de Ensino Médio de Viçosa.
Considerando que o Ensino Médio no Brasil se encontra em fase de estruturação (ABRAMOVAY, 2001), ou melhor, em busca de uma identidade, visto que sua obrigatoriedade é ainda recente, é natural que ele esteja de certa maneira conturbado. Essa estruturação passa principalmente pelas questões de sua funcionalidade e objetivo. Tomando como base a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), o Ensino Médio possui funções e objetivos definidos: pratica cidadã, acesso ao mundo de trabalho e formação “de uma consciência crítica” (ABRAMOVAY, 2001).
A Sociologia vem justamente com um esforço de auxiliar à Escola e ao Ensino Médio cumprir parte daquilo que ele se propõem sendo pivô para ajuda a formar aquilo que Mills chama de a Imaginação Sociológica.
A Imaginação Sociológica é a capacidade de percepção do mundo, de suas mudanças, estruturas, história e a capacidade de observar que, e como estes fatores operam em suas vidas e na vida dos outros. E também é a capacidade de observar que se você faz parte deste mundo você também faz parte da história e pode, mesmo que seja de maneira muito pequena, participar diretamente desta história e ver como sociedade e indivíduo operam entre si, “pois nem a vida de um indivíduo nem a história de uma sociedade podem ser compreendidos sem que entendamos ambos”(Mills,
p.82).
No entanto, há um descompasso entre como o Ensino Médio se configura na prática e como deveria ser, que só pode ser alterado com base na realidade da formação da sociedade brasileira (FERNANDES,
1977). A partir disso, a Sociologia só iria deixar transparecer todo seu significado e importância quando inserida em um Ensino Médio menos
“estático” capaz de acompanhar as mudanças sociais (FERNANDES,