Sociologia da vida cotidiana
O homem produz coisas, ideias e a si mesmo; tem o trabalho (enquanto processo de objetivação) como símbolo máximo da atividade humana, e se realiza por meio do trabalho não alienado. Destacado isso, a atividade vital consciente é o que diferencia o homem da atividade vital animal, evidenciando que os homens não são puramente naturais.
Com o processo de produção capitalista, há uma inversão do conceito de trabalho, e a atividade humano- genérica se coisifica, se sobrepõe outra forma de objetivação que é alheia ao homem, ele se estranha nesse mundo objetivado e passa a se relacionar com o mundo na sua funcionalidade. A produção da arte e da Ciência passa a ser intimamente ligada a esse novo modelo econômico e há um restabelecimento da “ordem social”, buscando fins puramente mercadológicos, nesse sentido, a arte e a ciência não vão além do que está dado e ocorre mera reprodução do imediato. Dessa maneira, toda a vida humana se transforma e a vida cotidiana torna-se o lugar da imediaticidade, a realidade dada é resultado da construção humana: heterogênea e hierarquizada! É, portanto, onde acontece o pensamento funcional, que desconsidera o conceito, sem explorar a essência e caracteriza a vida humana a partir da aparência. Sendo assim, o cotidiano é o meio da manipulação que atenderá as necessidades do capital, não permite reflexão, é, segundo Karel Kosik, o mundo fenomênico da pseudoconcreticidade, lugar por excelência da manipulação e do embrutecimento. A afeição à aparência fenomênica faz com que o homem, no cotidiano, se relacione com um mundo heterogêneo e descontínuo, sendo construída uma nova sensibilidade para aceitação dócil das coisas como elas se apresentam.
Segundo Agnes Heller, o cotidiano é a fonte primitiva do pensamento e comportamento estético e científico, para ela, a vida cotidiana é a vida do homem que está no centro do acontecer histórico e não é possível compreender o