Sociologia da Educação
No entanto, essa concepção trazendo, como seu correlato, a concepção de objeto, leva-nos a inferir que, no caso da ação educativa, são os educandos, os alunos, os objetos da ação dos sujeitos-educadores.
Estabelecendo-se, assim, os dois polos da relação educativa – educadores e educandos - trata-se, agora, de perguntar pela natureza do que é passado de uns para outros.
Em um âmbito mais abrangente, para além dos limites restritos da educação formal, observa-se que a ação educativa acontece no contexto de um processo de socialização, que se inicia com o nascimento do indivíduo. Assim, o conteúdo da ação educativa, nesse âmbito, se constitui de orientações a serem dadas às crianças, sob a forma de normas, regras, comportamentos, atitudes, etc., para que estas se incorporem à vida social.
Embora tenha sido escrito há muitos anos, e seja, portanto, tributário do contexto sócio-cultural do tempo e do lugar de seus autores, ainda considero o texto de Peter e Brigitte Berger (Socialização: como ser um membro da sociedade) um texto bastante adequado para tratar do tema da socialização, e bastante oportuno para inserir a questão da subjetividade.
O texto inicia-se com a menção aos componentes não-sociais da experiência da criança, incentivando o leitor a um retorno ao passado, à infância, e estimulando nele a lembrança das primeiras e originárias sensações, como, por exemplo, a sensação do calor e do frio, da luz e da escuridão.