Sociedade, mída e violência
Dados do livro:
Título da obra: Vida para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria
Nome do autor: Zygmunt Bauman
Editora: Zahar
Número de páginas: 200
“Vida para Consumo” é o mais recente trabalho de Zygmunt Bauman traduzido para o português. Neste livro, o autor aprofunda a mesma linha de argumentação já conhecida na academia brasileira: passamos da sociedade de produtores, equivalente mais ou menos ao que outros autores entendem por modernidade, para uma sociedade onde o consumo impera sobre a produção e as relações sociais, antes “sólidas”, se tornam cada vez mais “líquidas”. “Líquido”, aliás, é o termo-chave, por meio do qual se compreende algumas características fundamentais desta sociedade: em vez da solidez e segurança (supostamente) propiciadas pelo período moderno, em nossa era, literalmente e parafraseando Marx, “tudo o que é sólido se desmancha no ar”. Ou seja, as instituições e relações se tornam mais fluidas, e a busca pela estabilidade dá lugar ao desejo do efêmero, do transitório, do amorfo. Reforça-se, assim, uma das principais marcas deste autor: sua consistência teórica e argumentativa, que foi sendo gradualmente construída através de um corpus que se enxerga como comentário e crítica dos principais dilemas da sociedade contemporânea.
Dentre estes dilemas, Bauman vem desde meados da década de noventa destacando – e criticando – o consumo. Nesta visão, o que dá sentido à sociedade contemporânea, mais do que qualquer outra coisa, é a ânsia eterna por consumir sempre mais e mais rápido, descartando ainda mais rapidamente o “velho” em troca da mais nova novidade. Tal é o caso de “Vida para o Consumo”, que leva este olhar negativo sobre o consumo às vias de fato, sugerindo que, com o surgimento da “modernidade líquida”, criamos uma sociedade onde os indivíduos se tornam, ao mesmo tempo, os produtores e promotores das mercadorias e a própria mercadoria.
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