Sociedade do Espetáculo
É comum ligarmos a televisão e nos depararmos com cenas onde as emoções dos envolvidos nos casos são exploradas, este cenário nos remete à visibilidade proveniente da espetacularização da informação.
A espetacularização tem presença constante nos meios de comunicação, principalmente quando falamos do jornalismo televisivo, e pode sustentar elevados índices de audiência. No contexto da TV, é comum encontrarmos programas que lembram verdadeiros shows e que são voltados à dramaturgia.
A “espetacularização midiática” é discutida pelo crítico Guy Debord, em
A Sociedade do Espetáculo. O autor, que se definia como “doutor em nada” e “pensador radical”, foi um dos fundadores – junto com artistas e escritores de diferentes países, em 1957, na Itália, da Internacional Situacionista, um movimento internacional de cunho artístico e político, que aspirava transformações sociais. Debord acreditava que se devem fazer críticas ao sistema através da criação de “situações significativas”.
Guy Debord, já na primeira tese da obra A Sociedade do Espetáculo, mostra que na sua concepção o espetáculo está presente em toda a sociedade: “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se representação”. Debord expõe uma forte crítica ao espetáculo como sendo um resultado dos modos de produção existente. Nesta passagem, o autor deixa claro que vê o espetáculo como um meio de dominação da sociedade e como uma forma de afirmação das escolhas já feitas na hora da produção. O espetáculo atua a favor do capitalismo e o consumo acaba sendo consequência. A partir dessa inferência, já fica claro no pensamento do autor a ideia de que o público é alienado e passivo frente às investidas do espetáculo e que só lhe resta consumir as imagens e os produtos que lhe são oferecidos.
A partir de observações do atual contexto da sociedade