sociedade do espetaculo
Freitas, Leda G.,“O sofrimento na sociedade espetacular”, Centro de Ciências de Educação e Humanidades – CCEH- Universidade Católica de Brasília – UCB, Volume I - Número 2 - Novembro 2004 - ISSN 1807-538X.
O espetáculo discutido por Debord vai muito além da presença dos meios de comunicação de massa no cotidiano das pessoas. Segundo o autor, o espetáculo é a própria sociedade e, por assim ser, torna-se o principal instrumento de unificação social, ou seja, por meio da imagem se cria a realidade e essa realidade construída realiza a unidade da vida. Isso fica evidenciado na seguinte afirmação: O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens. (Debord, 1997:14).
Um exemplo, entre tantos presenciados por toda a humanidade no atual contexto de novas tecnologias de comunicação e informação, em que as mazelas sociais são vistas por todos em tempo real, diz respeito à guerra que os americanos estão fazendo no Iraque. É notório que o conjunto de imagens desse espetáculo bélico pauta as reflexões de muitos, seja em movimentos de apoio às ações do governo americano, seja nos diversos movimentos de protesto. De qualquer forma, o que fica é o espetáculo, pois são as inúmeras imagens dessa guerra que constroem a unidade social. Sobre isso, cabe resgatar a afirmação de Marx de que, Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência (Marx, 1997:24). Portanto, é correto afirmar que a sociedade espetacular guia o pensar e o agir das pessoas na vida cotidiana. As relações humanas não são mediadas apenas pelas coisas, pelas mercadorias, mas pelas imagens construídas pelo espetáculo.
Para Debord, o espetáculo é um elemento fundamental do atual modo de produção capitalista, pois se configura como resultado e projeto desse modo de produção. Ele, o espetáculo, não é algo figurativo no mundo real, mas a própria realidade, ou (...) a