sociedade de consumo
A Sociedade de Consumo e suas Interfraces Diante do
Sujeito*
Marlova Mendes**
Ivo José Fernandes Mendes***
SUMÁRIO: 1.Considerações iniciais – 2. A sociedade de consumo – 3. O consumo e sua relação com a felicidade – 4.
Direcionamento do estímulo para o ato de comprar – 5. A sustentabilidade do consumo – 6. Consumo e violência – 7.
Considerações finais
1.Considerações iniciais
As relações sociais sofreram, a partir do século XII, profundas alterações, mormente o resgate da valorização do indivíduo, originando a modernidade. Também conhecida como a idade da razão, a modernidade se funda na racionalização do homem como “sujeito-no-mundo”, responsável perante si e perante a sociedade, sem olvidar de outros critérios que a definem, como o universalismo, autonomia e o individualismo.
O projeto da modernidade tem por finalidade a emancipação do homem, no sentido de libertá-lo de qualquer forma de misticismo ou obscurantismo, o que é possível através do conhecimento científico.
Ademais, a modernidade, como regime econômico capitalista, se opõe ao regime feudalista, onde o controle da riqueza estava diretamente vinculado aos dogmas da igreja. Tal fato dá origem à sociedade de consumo, oriunda de uma avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista, que
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Artigo científico confeccionado a convite do PROCON Caxias do Sul, através do ofício
n.60/2007 destinado à Revista das Relações de Consumo a ser publicada na Semana do Consumidor 2008.
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Mestre em Direito das Relações Sociais pela UFPr. Especialista em Direito Público.
Professora da UCS.
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Engenheiro Mecânico. Especialista em Administração da Produção e Materiais.
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se caracteriza pelo consumo de bens e serviços, disponíveis graça a elevada produção dos mesmos.
Contudo, a partir da metade do séc. XX inicia um processo altamente massivo de produção e consumo de bens, no qual a aquisição é realizada, segundo uma das viesses de pensamento, como uma forma de