socialização
Como forma de fechamento da discussão iniciada no início do ano com as aulas sobre as formas de socialização, a questão das relações e interações sociais e a construção de papéis, vamos agora discutir a construção social da identidade. Já sabemos que o homem só existe como ser social e que, para tanto, ele passa pelos processos de socialização primária e secundária. E já temos a consciência de que tais processos se dão por meio da incorporação de papéis socialmente construídos. Chegou o momento de compreender como se dá o processo de construção da identidade.
Nesta etapa é necessário compreender o caráter processual de toda construção identitária. A sociedade define o homem, mas agora chegou o momento de entender que o homem também define a sociedade (BERGER, 1976, p. 171).
“Talvez seja útil acrescentar que o conceito de identidade humana está relacionado com um processo. É fácil isso passar despercebido. À primeira vista, as afirmações-eu e as afirmações-nós talvez pareçam ter um caráter estático. Eu, diria alguém, sou sempre a mesma pessoa. Mas isso não é verdade. Aos 50 anos, Hubert Humbert é diferente da pessoa que era aos dez. Por outro lado, a pessoa de 50 anos mantém uma relação singular e muito especial com a de dez. Aos 50, já não tem a mesma estrutura de personalidade dos dez anos, mas é a mesma pessoa. É que a pessoa de 50 anos proveio direta- mente da de um, dois, e, portanto, da de dez anos, no curso de um processo específico de desenvolvimento. Essa continuidade do desenvolvimento é a condição para a identidade do indivíduo de dez e de 50 anos.”
ELIAS, Nobert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p. 152.
Chegou o momento de entender os mecanismos de construção da identidade. Toda identidade é relacional, ou seja, marcada pela diferença (WOODWARD, 2000, p. 9). O ser humano, para construir um Eu, precisa construir esse Eu em uma relação com um outro. Em outras palavras, para que