Socialismo
Geral do Estado
Socialismo
I. Socialismo Utópico.
O “socialismo utópico” surge, de facto, entre as guerras napoleônicas e as revoluções de 1848, e tem como principais personagens Claude Henri de Rouvroy, mais conhecido como Conde de Saint-Simon; François Charles Fourier; e Robert Owen. Este socialismo era considerado “utópico” porque seus ideólogos aparentemente acreditavam na possibilidade de uma transformação social total (com a eliminação do individualismo, da competição e da propriedade privada), sem o reconhecimento da necessidade da luta de classes e do papel revolucionário do proletariado como protagonista e catalisador destas mudanças. A palavra “socialismo” será usada pela primeira vez em 1831, numa edição do jornal Le Semeur, e no ano seguinte, no Le Globe. Pierre Leroux, eloqüente “teórico” de sua geração, iria dizer, na ocasião, que o socialismo surgia para se opor ao “individualismo”. Em 1835, L. Reybaud publicaria, na Revue des Deux Mondes, uma série de artigos sobre reformadores e “socialistas modernos”. Poucos anos mais tarde, este termo chegaria à Inglaterra e iria designar a doutrina “associacionista” de Owen. O seu New Moral World, por exemplo, em 1836 já se autodenominava “organ of socialism”. Por outro lado, os partidários de Fourier vinculariam o termo à “escola societária”. E na Alemanha, L. von Stein publicaria Socialismo e comunismo na França de hoje, em 1842, divulgando o conceito naquele país. O primeiro socialista utópico importante foi o francês Conde de Saint-Simon, que escreveu e atuou, paradoxalmente, antes mesmo de o termo “socialismo” ser usado. Dentro da obra de Saint-Simon, a história irá ocupar um lugar central. Ela deixa de ser apenas hagiografia ou biografia de homens poderosos e governantes para se tornar uma “ciência”. Com isso,seria possível (a partir da evolução humana e das distintas “etapas” históricas) também