Social
A ausência de um processo de formação representa a falta de possibilidade de os trabalhadores desta instituição refletirem sobre sua função, sobre sua prática e sobre si mesmos.
No entanto, paradoxalmente, o abrigo desempenha uma função extremamente complexa e importante. Atualmente, enfrenta uma reconstrução do seu papel social e educacional a partir de novos paradigmas trazidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o que exige um processo de reflexão intenso para construir mudanças na sua atuação.
A preocupação com a criança e o adolescente em situação de risco tem provocado debates, discussões e indagações nas organizações voltadas para esta questão.
– Como são os abrigos? Qual a sua real função? Como são conduzidos os cuidados e o tratamento das crianças em situação de risco? Pode o abrigo ser um lugar adequado para o desenvolvimento da criança e adolescente?
Pesquisas recentes[1] têm trazido à tona inúmeros dados importantes até então desconhecidos ou não comprovados sobre a situação dos abrigos, assim como têm mostrado a importância de se saber mais sobre as crianças e as famílias que utilizam este serviço.
Percebe-se no entanto, que os abrigos são sempre mencionados como “o outro”, “o terceiro elemento”, “aquele lá... que não consegue desempenhar suas funções adequadamente”, “aquele... que não deveria existir”, “aquele que é um mal necessário”. Menciona-se o abrigo como se o restante da sociedade não tivesse nada a ver com o que acontece com ele, ou como se este outro não fosse parte de um mesmo todo.
Ainda sob esta mesma perspectiva, os profissionais que pertencem ao abrigo não estão presentes nestas discussões para trazer