Sobrevivendo ao lixão

SOBREVIVENDO AO LIXÃO

Ainda moradora de Duque de Caxias, desempregada e com dois filhos, fiz diversos bicos para me sustentar e sustentar os meus filhos, mas me vi obrigada a catar comida no lixo para ter o que comer, para tentar não passar necessidade, fui para o lixão, pois lá teria como conseguir dinheiro com os materiais recicláveis recolhidos.

Trabalhei no lixão por cinco anos debaixo de sol, chuva, não importava se era noite ou dia, aluguei um barraco para ter onde tomar banho e descansar nas poucas horas que me restava, me alimentava com sobras que encontrava no lixo e só ia para casa uma vez ao mês, meus filhos ficavam com minha mãe que dava todo amor e carinho, pois eu não estava presente.

Durante esse período me apaixonei por Pedro, um dos motoristas de caminhão que despejava lixo no aterro, foi um romance intenso, onde achava que ele me amava com a mesma intensidade que eu dispunha para ele, doce ilusão, durante os dois anos e meio em que nos relacionamos ele sempre dizia ser solteiro, mas num belo dia revelou ser casado e que a esposa estava esperando um filho, então resolvi terminar, fiquei magoada, pois não entendia por que ele mentiu por tanto tempo, tenho raiva de mim, pois ainda sofro com sua ausência.

Houve no lixão a seleção de alguns catadores para participar de um documentário e fotografar para as próximas telas de um artista famoso. fui uma das escolhidas, é a partir deste momento minha vida mudou, pois comecei a ter esperança é a vê outras perspectivas que não via antes, coloquei como objetivo sair do lixão, arrumar um emprego de carteira assinada e poder criar meus filhos com toda dignidade.

Diminui a minha jornada de trabalho no lixão, comecei a fazer cursos com o dinheiro que recebia e voltei a estudar, concluí meus estudos, arrumei emprego com carteira assinada, chego cedo em casa e vivo muito feliz com os meus filhos, não ganho um mundo de dinheiro, mas também não passo mais necessidades, me considero uma