Sobre o mal estar do amor
Kizzy Amiuna
O presente trabalho tem a intenção de explorar o que o amor traz de mal estar para o individuo. Não seria já de certa estranheza pensar o amor como um mal estar? E se realmente é um mal estar, porque se coloca assim? Começarei a explorar esse mal estar a partir do texto que Freud nomeou de “Sobre o Narcisismo: Uma introdução”.
Nesse texto Freud da um dos primeiros passos pra a fundamentação de sua segunda tópica, apesar dela ainda estar um pouco longe, vemos nesse texto conceitos que só serão nomeados em 1920 com o “Além do principio do prazer”.
Freud começa o texto de uma maneira bem inaugural, ele começa afirmando que o Eu pode ser sim investido libidinalmente e que o narcisismo é uma fase que constitui todo o individuo. Mas na verdade eu acho que a parte que começa a me interessar para o desenvolvimento desse trabalho é chegada na segunda parte do texto, aonde Freud vai analisar o narcisismo através da vida erótica dos seres humanos e em como uma escolha de objetos é diferente em homens e mulheres.
Podemos dizer que de maneira geral as primeiras experiências de satisfação nas crianças são apoiadas e experimentadas a partir de experiências de auto preservação, por exemplo, a criança que mama para se alimentar experimenta também enormes prazeres sexuais. Com o passar do tempo as pulsões sexuais se tornam independentes das de autopreservação, ou das pulsões do eu. Ai que podemos explorar a diferença de escolha de objetos, Freud ainda nesse texto vai explorar dois tipo de escolha. A escolha anaclítica e a escolha narcísica.
A escolha do tipo anaclítica, ele vai dizer que é uma escolha que pode-se notar com maior frequência em homens, mas não se pode generalizar. Nessa escolha ocorre uma supervalorização pelo objeto escolhido e o eu fica desinvestido libidinalmente, o Freud afirma: “Essa supervalorização sexual é a origem do estado peculiar de uma pessoa apaixonada, um estado que sugere uma compulsão neurótica,