Sobre o espírito do design
Ética e estética andam juntas;
À primeira vista não pode existir um objeto de design dotado de valores espirituais (chaleira moral, cadeira íntegra)
Não conseguiremos encontrar um anúncio espiritual, um logotipo ou marca registrada que mexam com a alma.
Impossível achar o design têxtil, um vestido santificado.
Questão: o Design é ou não é espiritual ??? o Espiritual pode existir no design ?
Na Alemanha, na Bauhaus os alunos respondiam: se funciona bem, será belo – e, por conseguinte, possuirá valor espiritual.
Bauhaus: sua elegância ganhou prestígio. Mas encontraram admiradores apenas entre um grupo relativamente pequeno de artistas. Em suma, o estilo Bauhaus era elitista, e por muitos considerado alienatório.
Se funciona bem, será belo. Acrescenta-se as perguntas. Se funciona bem, a fazer o quê ? Será belo em que sentido ? Funcionamento e beleza em que contexto ?
Peças pioneiras da Bauhaus foram trivializadas, banalizadas pelo mundo. O conceito verdadeiramente novo de utensílio e de material.
No entanto, vimos descendentes destas cadeiras pelo mundo a fora, comercializadas como imitações berrantes.
Sabemos que a decoração tem agradado profundamente aos seres humanos ao longo da história. Sentimos prazer ao adornar áreas lisas (ainda que se trate de decoração funcional).
No design, quando abordamos as questões de sobrevivência, somos obrigados a abandonar o embelezamento exterior - a nossa satisfação vem de conseguirmos uma forma dinâmica.
Vivendo em países excessivamente desenvolvidos, com gostos subdesenvolvidos, superamos na ornamentação, na ostentação visual e no excesso. O nosso sentido natural de ordem, e simplicidade deixa-nos bastante impressionados com o que é austero, ainda que exibamos o que é vaidoso e ostentatório.
Para extrair a essência dos objetos, temos de os examinar inseridos na matriz cultural e social a partir da qual se desenvolveram. Quando o fazemos, verificamos que todos eles, estão de alguma