Sobre O Consumismo E O Capital Transnacional
Sobre o consumismo e o capital transnacional
Do fim da Segunda Guerra Mundial ao presente, o capitalismo viu e vê suas proporções se multiplicarem através do rompimento das barreiras geográficas nacionais e da formação de conglomerados de empresas que passaram a atuar de forma integrada nos mais diversos países. Esse processo, silencioso para as gerações mais atuais, surge a partir da projeção do aumento da produtividade industrial e, consequentemente do lucro, através do uso de mão de obra mais barata, da maior facilidade na obtenção de recursos naturais e também da variação entre taxas fiscais aplicadas pelos diferentes estados e é fomentado pelo constante crescimento populacional e pelo consumo elevado de alimentos e bens materiais.
O questionamento das consequências dessa transformação, alheias ao aumento do capital, por parte da população leiga é, no entanto, mais recente. Com a universalização do acesso ao conhecimento e o avanço da pesquisa científica, não é tarefa difícil constatar a insustentabilidade do sistema a longo prazo. Prova disso se encontra em países africanos como Gana, destino de lixo eletrônico proveniente dos continentes americanos e europeu, lar do lixão de Agbogbloshie, um dos mais contaminados do planeta segundo o Blacksmith Institute, onde a população local tenta conviver naturalmente em meio a metais altamente tóxicos e extrair dali seu sustento em um cenário literalmente apocalíptico. Ou a imensa preocupação que temos quanto à nossa garantia de acesso ao petróleo, potencial causador de conflitos mundiais diante da sua escassez.
Muitos são os esforços que surgiram na última década para tentar amenizar o impacto ambiental do nosso consumo. Hoje a coleta seletiva faz parte do dia-a-dia de diversos cidadãos brasileiros, por exemplo. Não obstante, a inversão desse cenário não depende apenas de atitudes pontuais, depende de uma mudança cultural, de comportamentos inerentes à nossa existência. Quantas vezes nos